domingo, 19 de maio de 2013

Gn.1,26 E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem,


O homossexualismo é pecado.

 
Apesar de absurdo, não é de se admirar que, em nosso mundo, existam pessoas empenhadas em defender suas idéias depravadas usando até mesmo da Palavra de Deus, uma vez que o próprio São Paulo profetizou que não faltariam desses homens corruptores de doutrina nos últimos tempos: “Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas” (2 Tm 4,3-4). E São Pedro alertava: “N[as cartas de São Paulo] há algumas passagens difíceis de entender, cujo sentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos deturpam, para a sua própria ruína, como o fazem também com as demais Escrituras” (2 Pd 3,16).

Invoco, antes de buscar refutar as idéias propostas por Mott, a sabedoria do Altíssimo e a humildade da Santíssima Virgem Maria para que possam me acompanhar nessa “cruzada” de fé. Invoco também a intercessão de São Jerônimo, profundo conhecedor das Sagradas Escrituras, que não hesitou em pregar a Palavra contra os difamadores do Reino: “Invoco o Espírito Santo para que Ele possa se expressar através da minha boca” (São Jerônimo,Tratado contra Helvídio, 2) e que eu possa defender a verdade do Reino contra a promiscuidade do homossexualismo.
* * *
O título do seu texto é “O que todo cristão deve saber sobre homossexualidade”. Pois então, o que todo cristão deve saber acerca desse tema está nas Sagradas Escrituras, não existe necessidade de mais nenhum comentário. E a Bíblia é clara quando fala sobre o homossexualismo, seja no Antigo Testamento, seja na Nova Aliança. No AT, por exemplo, a Lei de Moisés diz: “Não te deitarás com um homem, como se fosse mulher: isso é uma abominação” (Lv 18,22); e ainda: “Se um homem dormir com outro homem, como se fosse mulher, ambos cometerão uma coisa abominável. Serão punidos de morte e levarão a sua culpa” (Lv 20,13). A destruição de Sodoma – é o que apontam as passagens bíblicas e a doutrina da Igreja – se deveu às atitudes pecaminosas do povo dali. No Novo Testamento, São Paulo é mais claro ainda:

“Por isso, Deus os entregou a paixões vergonhosas: as suas mulheres mudaram as relações naturais em relações contra a natureza. Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural da mulher, arderam em desejos uns para com os outros, cometendo homens com homens a torpeza, e recebendo em seus corpos a paga devida ao seu desvario. Como não se preocupassem em adquirir o conhecimento de Deus, Deus entregou-os aos sentimentos depravados, e daí o seu procedimento indigno” (Rm 1,26-28).

Desses trechos não seria necessário mais nenhuma prova de que Deus condena severamente o homossexualismo. Mas Luiz Mott insiste. Destacaremos aqui – como ele fez – ponto a ponto suas idéias.

I. Não há o termo “homossexual” na Bíblia

Sem dúvida, não há mesmo. Essa palavra é contemporânea. O que não quer dizer, contudo, que Deus não condenaria essas práticas. Elas não tinham nome, mas os escritores sagrados a designavam de outras maneiras, como podemos ver, por exemplo, na carta de São Paulo aos Romanos (cf. 1,26-28), no trecho que acabamos de citar. São poucas – eu diria:raríssimas – as traduções bíblicas que trazem a palavra “homossexual”, justamente pelo fato de ela, no contexto daquele tempo, não existir. Contudo, numa linguagem mais atual, muitas passagens sagradas guiam a esse termo. Não vamos entrar muito nessa questão.

II. Antiguidade e homossexualidade

Diz Luiz Mott que “a prática do amor entre pessoas do mesmo gênero, porém, é muito mais antiga que a própria Bíblia”.  Não é de se duvidar que a prática homossexual seja antiga. Afinal, os homens, em todo o tempo, foram pecadores. A questão do pecado original, por exemplo, com ou sem a existência da Bíblia, seria uma realidade. “Todos pecaram – diz São Paulo – e estão privados da glória de Deus” (Rm 3,23). Contudo, – volto a afirmar, isso não quer de nenhum modo dizer que Deus permitia o homossexualismo. Seria anacrônico afirmar isso. As filhas de Lot, por exemplo, tiveram relações com seu pai e nem por isso essa atitude estava certa. Contudo, uma vez que a Lei de Deus ainda não havia sido prescrita aos homens, eles não conheciam a Sua Verdade e, desse modo, pecavam sem conhecimento.

Com a Lei de Moisés prescrita, contudo, não há mais desculpas. O homem peca se quiser. Pelo conhecimento da verdade, se sente livre a fazer o certo ou o errado com base numa moral. E foi isso que Deus fez: estabelecê-la entre os homens para que eles fielmente a pudessem seguir.

Auxílio quando estás com raiva.


 
 

ROMANOS 12

 
17 a ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas dignas, perante todos os homens.
 
 18 Se for possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens.
 19 Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira de Deus, porque está escrito: Minha é a vingança, eu retribuirei, diz o Senhor.
 
  20 Antes, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de    beber; porque, fazendo isto amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça.
21 Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.
 

terça-feira, 16 de abril de 2013



A Política E O Cristão

  O problema : a Ausência Protestante na Política

           A comunidade Evangélica em nosso País – membro e congregados –Soma já milhões , distribuídos em todas as unidades da federação ,na maioria de seus municípios , principalmente nos grandes centros urbanos . Somos uma comunidade de composição diversificada: homem e mulheres de todos os grupos étnicos, de todas as, de todos os níveis de instrução , de todos os estratos na escola social . Retratamos , de certa forma a realidade do País. Simbolizamos a universalidade de destinação da mensagem do Evangelho : a toda criatura . Somos uma comunidade pluralista com nítida tendência a mobilidades social ascendente .

           A nossa presença física e representação numérica não correspondem igual peso, influência , impacto na vida nacional . Nossa comunidade tem vivido, maiormente , voltadas para dentro de si mesmas , suas atividades programações , alegrias e tristezas,endocentrada , como uma sub-cultura , numa consciência de minoria. Passado o tempo da discriminação que nos era imposta, optamos por um auto-isolamento , construindo em paredes mentais , a realidade nefasta de um quetto . A esse isolamento , corresponde uma diminuição da possibilidade de influenciar a sociedade com nossas idéias.

           Dentro as razões históricas que concorreram para este estado de coisas : as limitações constitucionais durante o período imperial (cidadãos de segunda classe);discriminação e perseguição movidas pela sociedade ,clero romano e parte das autoridades durante a Primeira república ; a origem estrangeira dos missionários pioneiros que não se imiscuíam nos negócios.

Da Pátria hospedaria ; a situação de pobreza e baixo grau de instrução dos primeiros crentes; o sentimento de frustração e impotência que tende a ocupação lugar na mente das minorias ; o desconhecimento da história da igreja , notadamente dos antecedentes do comportamento político dos evangélicos em outras terras e outros tempos .

           Uma grande maioria encara a de uma das maneiras seguintes:

a) a política é mundana , não sendo portanto lugar para os crentes;

b) Não adianta fazer coisa alguma ; devemos pregar o evangelho e aguardar o retorno do Senhor.


Percebe-se nitidamente , o desconhecimento de uma Teologia Política , com uma das dimensões da Ética,dentro da teologia Sistemática . A leitura dos textos bíblicos referentes ao social e ao político é espiritualizado em deturpações a seu sentido original confunde-se por exemplo , a categoria mundo, que nas Escrituras traduz vocábulos diversos e sentidos vários . Tudo isso se agrava por uma leitura superficial da escatologia prémilenista: a expectação das coisas futuras nos conduz a uma inação diante das coisas presentes; a realização na pós-história nos faz perder o sentido da história .

          Percebe-se igualmente , um forte processo psicológico de racionalizações : Se não pode ser meu , não é bom ;não devo desejar; não desejando, sem poder alcançar não me frustro . Em nossa mente- e em nossa teologia popular não formalizada – tem lugar uma divisão das coisas em boas e más . Certas áreas da atividade humanas seriam consideradas mas território privado do Inimigo, aonde não deve ir , sob pena de inevitável derrota .Algumas dessas áreas: as artes, os esportes, os meios de comunicação , a política , são justamente as mais importantes em termos de influência para a sociedade como um todo.

            Por ignorância , preconceito , ou medo entregam de mão beijada o filé do mundo a Satanás e nos retraímos para as áreas menos desafiantes . Estamos nos concentrando nas profissões técnicas executivas e liberais , não contribuindo , criativamente ,à formação da inteligência nacional . Raros solitários , incompreendidos , impotentes são os que se aventuram à Sociologia , à Antropologia , à Ciência Política , à Filosofia às expressões artísticas e literárias.

            A igreja local vista como um feudo e a denominação como uma tribo somente agrava o quadro, somando-se a um individualismo extremado arredio a um associativo, que tem caracterizado uma das deturpações histórica da ética protestante . Tudo isso debilitado a possibilidade de influência . O verão do mundo não será feito pelo vôo de andorinhas solitárias,mais fáceis ainda de serem alvo dos caçadores.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

                                                         OS SACRIFICIOS COMO MEIO DE JUSTIFICAÇÃO
 
            O propósito , dos sacrifícios , freqüentemente declarado no livro de Levítico, é ‘fazer expiação’ ( Kipper, Lv 1:4, etc.) Esse verbo pode ser explicado de uma das três seguintes maneiras: ‘cobrir’, do árabe Kafara; ‘apagar’, do acadiano Kuppuru; ‘resgatar por um substituto’, do substantivo hebraico Kõpher. Esta última explicação parece mais de conformidade com a teoria de sacrifício apresentada em Lv  17:11, ‘Porque a vida da carne está no sangue...porquanto é o sangue que fará expiação em virtude da vida’, e com o principio em operação em muitas das práticas encontradas acima: a escolha do material da oferta como preço de vida; a designação dos mesmos pela imposição de mãos; a queima de uma porção simbólica , como a gordura ou o ‘azkãrâ, a oferta de uma primeira porção e a redenção do primogênito a isso poderia adicionar o ritual da novilha , em Dt 21 e do bode Azazel, em Lv 16, que , embora não sendo sacrifícios cruentos, refletem idéias que a fortiori devem ser aplicáveis a sacrifícios cruentos. Sob essa luz é que Lv 16 era compreendido pela tradição judaica (por exemplo , Mishnah, Yoma, vi.4, ‘suporta nossos pecados e vai-te').
            Tais passagens são uma verdadeira advertência contra confinar-se a expiação a um único ato, como se fosse a morte somente, ou somente a apresentação do sangue , ou somente o dispor-se da vitima . que fizesse expiação. A morte  era importante – o bode vivo é apenas metade do ritual em Lv 16. A  manipulação  do sangue também era importante  - 2 Cr 29:24 parece que a expiação é subseqüente ao abate. O dispor final da vitima , pelo fogo ou pela ingestão , ou para o  Azazel , também tinha o seu lugar – em Lv 10: 16-20 os sacerdotes , ao comerem a oferta pelo pecado , faziam um ato que era mais do que simplesmente declaratório. O ponto de vista que a morte da vitima visava apenas soltar a vida que estava no sangue, e que a expiação consistia tão monolateral, como aquele que vê a morte como uma satisfação  penal quantitativa. No tocante a este último ponto de vista, tem sido objetado que os pecados pelos quais o sacrifício era oferecido não eram tais que merecessem a morte, que as ofertas pelo pecado nem sempre exigiam a morte (Lv 5:11-13), e que o abate não poderia ter sido o ato central , pois do contrário ficaria inteiramente ao encargo dos sacerdotes , e não dos leigos. Essas objeções falam apenas contra formas extremas da teoria da substituição e não contra o principio da própria substituição.
            A questão que pergunta se as ofertas eram ao mesmo tempo uma expiação (isto é, pelos pecados) e uma propiciação (isto é, da ira), ou se era apenas uma  expiação, é igualmente difícil de ser respondida. Kipper indubitavelmente significa propiciação em algumas instâncias (Nm 16:41-50, Ex 32:30), e isso é apoiado pelo uso da expressão Rēah  nïhõah, ‘sabor de cheiro suave’, em todas as leis (cf. também Gn 8:21 e Dt 33:10 na Septuaginta ). Rēah nïhõah, entretanto , pode ter tido um sentido enfraquecido.
            Da grande importância para essa discussão é o reconhecimento que o próprio Deus doou este ritual ao homem pecaminoso (Lv 17:11, ‘... o sangue...Eu vo-lo tenho dado sobre o altar , para fazer expiação pelas vossas almas...’). os sacrifícios devem ser vistos como algo que operava dentro da esfera da aliança e da graça do pacto. Não eram ‘um expediente humano para sua própria redenção.
 
 EXPIAÇÃO
            O sentido da idéia envolvida nessa palavra é o processo  da reunião de duas partes, antes alienadas , para que formem uma unidade. A palavra ocorre no Antigo Testamento para traduzir o vocábulo Katallagē (vocábulo este, porém, que é mais apropriadamente traduzido por ‘reconciliação’). É empregada em teologia para denotar a obra de Cristo ao tratar do problema apresentado pelo pecado humano, levando os pecadores á relação correta com Deus.
            A necessidade da expiação se torna evidente por três coisas: a universalidade do pecado, a seriedade do pecado, e a incapacidade do homem resolver o problema do pecado. O primeiro ponto é comprovado em muitos lugares: ‘não há homem que não peque’ (1 Rs 8:46); ‘não há quem faça o bem , não há nem um sequer’ (Sl 14:3); ‘Não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque’ (Ec 7:20). Jesus disse ao jovem rico: ‘Ninguém é bom senão um só, que é Deus’ (Mc 10:18), e Paulo escreveu: ‘pois todos pecaram e carecem da glória de Deus’ (Rm 3:23).
            A seriedade do pecado é vista em passagens a aversão de Deus ao mesmo. Habacuque ora, dizendo: ‘Tu és tão puro de olhos , que não podes ver o mal’ (Hc 1:13). O pecado separa Deus do pecador (Is 59:2; Pv 15:29).
            E quanto ao fato que o homem não pode resolver sua situação, temos: Ele não pode manter oculto o seu pecado (Nm 32:23), e não pode purificar-se a si mesmo (Sl 20:9). Nenhuma obra da lei será jamais capaz de tornar o homem idôneo para apresentar-se perante Deus (Rm 3:20; Cl 2:16). Se tiver de depender de si mesmo , o homem nunca será salvo. Talvez a mais importante evidência disso é o próprio fato da expiação. Se o próprio Filho de Deus veio a terra para salvar homens, então os homens são pecadores e sua situação é realmente séria.
 
 EXPIAÇÃO NO ANTIGO TESTAMENTO
            Deus e o homem , pois , estão terminantemente alienados entre si devido os pecados do homem , e não há modo do homem devido o pecado do homem anular tais feitos. Deus, entretanto , proveu o caminho. No Antigo Testamento , a expiação é usualmente declarada como algo obtido por meio de sacrifícios , mas nunca devemos nos esquecer o que Deus diz a respeito do sangue da expiação: ‘Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas’ (Lv 17:11).  A expiação era obtida não por qualquer valor inerente na própria vítima oferecida, mas sim , porque o sacrifício é o meio divinamente apontado para fazer expiação. Os sacrifícios nos apontam certas verdades concernentes à expiação. Assim é que a vitima sempre tinha de ser sem defeito , o que indica a necessidade de perfeição. Algumas vezes a vitima para sacrifício não era barata, pois o pecado nunca deve ser considerado coisa banal. A morte da vitima era a parte mais importante. Isso é parcialmente entendido pelas alusões feitas ao sangue , parcialmente no caráter geral do próprio rito , e parcialmente em outras referências feitas à expiação. Há diversas alusões à expiação, em que ela aparece efetuada ou contemplada por outros meios que não o culto, e onde esses meios têm ligação com o problema, apontam sempre para a morte como o modo de expiação. Assim é que em Ex 32:30-32, Moisés procura fazer expiação pelo pecado do povo, é fá-lo pedindo a Deus que o risque do livro escrito pelo Senhor.  Finéias fez expiação abatendo certos transgressores (Nm 25:6-8,13). Outras passagens poderiam ser citadas. É claro que no Antigo Testamento era reconhecido que a morte a pena merecida pelo pecado (Ez 18:20), mas que Deus permitia graciosamente a morte de uma vitima , em sacrifício , como substituta, para morrer em lugar do pecador. Tão clara é essa conexão que o escritor da Epistola aos Hebreus pôde sumarizar tudo, escrevendo: ‘sem derramamento de sangue não há remissão’ (Hc 9:22).
 
 

EXPIAÇÃO NO NOVO TESTEMAMENTO

 

            O Novo Testamento toma a posição que os sacrifícios do Antigo Testamento não eram a causa raiz do perdão concedido aos pecados. A redenção precisa ser obtida até mesmo ‘ das transgressões que havia sob a primeira aliança’ (Hb 9:15), somente através da morte de Cristo. A cruz é absolutamente central para o Novo Testamento e de fato, para a Bíblia inteira. Tudo quanto vem antes conduz à cruz. Tudo quanto vem depois, olha de volta para ela. E já que ela ocupa a posição crítica, não é de surpreender que existia grande volume de ensinos sobre a mesma. No que se segue consideremos antes de mais nada aquilo que pode ser considerado o ensino comum e básico sobre a expiação.
 
 
a)    Revela o amor de Deus aos homens
Todos concordam em que a expiação procede do amor de Deus. Não se trata de algo arrancado de um Pai duro e indisposto, perfeitamente justo mas também perfeitamente inflexível , por parte de um Filho amoroso.
      Pois a expiação nos mostra o amor do Filho tanto quanto nos mostra o amor de Pai. Paulo nos fornece a exposição clássica sobre isso , ao dizer; “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8). No texto Bíblico mais bem conhecido, lemos: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito...” (Jô 3:16). Nos evangelhos sinóticos é salientado o fato que “era necessário “ que o Filho do homem sofresse (Mc 8:31). Em outras palavras , a morte de Cristo não foi acidente : mas foi uma ação compelida por uma necessidade divina irressistível. Isso também podemos apreciar na oração de nosso Senhor no Getsêmane, quando Ele pediu que fosse feita a vontade do Pai (Mt 26:42). Semelhantemente , na epístola aos Hebreus lemos que foi “pela  graça de Deus” que Jesus provou a morte a favor de todos nós (Hb 2:9). Esse pensamento pode ser encontrado por todo o Novo Testamento , e precisamos bem vivo na mente quando refletimos sobre a maneira da Expiação.
 b)    O aspecto sacrificial da morte de Cristo
Outro pensamento generalizado nas Escrituras é que a morte de Cristo foi uma morte pelo pecado. Não foi simplesmente que alguns homens ímpios se levantaram contra Ele. Não foi que Seus inimigos conspiraram contra Ele não lhes pôde resistir. Mas antes, Ele foi “entregue por causa das nossas transgressões’ (Rm 4:25). Ele veio especificamente para morrer pelos nossos pecados. Seu sangue foi derramado ‘em favor de muitos, para remissão de pecados’ (Mt 26:28). Ele fez a ‘purificação dos pecados’ (Hb 1:3), Ele carregou ‘em seu corpo, sobre o madeiro , os nossos pecados’ ( 1 Pe 2:24). Ele é ‘ a propiciação pelos nossos pecados’ ( 1 Jô 2:2). A cruz de Cristo jamais será entendida enquanto não percebermos que ali o Salvador estava resolvendo o problema do pecado de toda humanidade.
      Ao fazer isso , Ele cumpriu quanto os antigos sacrifícios simbolizavam, e os escritores do Novo Testamento gostam de pensar em Sua morte como um sacrifício. O próprio Jesus referiu-se ao Seu sangue como ‘o sangue da aliança’ (Mc 14:24), o que nos aponta para os ritos sacrificiais para que compreendemos o significado desse sangue. De fato, muito da linguagem empregada na instituição da Ceia é sacrificial , apontando para o sacrifício que foi consumado na cruz. Paulo diz que ‘ Cristo nos amou, e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus’ (Ef 5:2).
 
JESUS CRISTO O SUMO SACERDOTE
 
      Jesus Cristo é o Sumo Sacerdote dos bens futuros, maior que Arão e mais perfeito do que o próprio tabernáculo ; não feito por imposição de mãos humanas , mas por determinação de Deus, a fim de que com seu próprio sangue redimisse as consciências mortas e lhes devolvesse a vida. Eis que o autor da Epístolas escreveu acerca do sangue de Cristo: “Se o sangue dos touros e bodes, e a cinza duma novilha esparzida sobre os imundos , os santifica quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo que, pelo Espírito Eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas para servirdes ao Deus vivo “. (Hb 9.13,14).
 
  O SACRIFICIO DE CRISTO
 
      O sacrifício de Cristo é um dos principais temas do Novo Testamento. Sua obra salvadora é algumas vezes referida por meio de termos éticos, algumas vezes por meio de termos penais, mas freqüentemente também por meio de termos sacrificiais. Cristo é chamado de cordeiro de Deus que foi morto, cujo o sangue precioso tira o pecado do mundo ( Jô 1:29,36) – um cordeiro era o animal empregado em vários dos sacrifícios da lei. Mais especificamente , Cristo é referido como o verdadeiro cordeiro pascoal (pascha, 1 Co 5:6-10), como uma oferta pelo pecado (peri hamartias, Rm 8:3; Septuaginta, Lv 5:6,7,11; Sl 40:6, etc.), e em Hb 9-10 Ele é reputado como o cumprimento dos sacrifícios da aliança de Ex 24, da novilha vermelha de Nm 19, e das ofertas do Dia da Expiação.
 REDENÇÃO
      A  palavra característica neotestamentária para redenção é apolytrõsi, uma palavra relativamente rara noutras passagens. É encontrada por dez vezes no Novo Testamento e apenas oito vezes em todo restante da literatura grega. Isso pode expressar a convicção dos crentes primitivos de que redenção operada por Cristo é sem paralelo. Não significa , conforme alguns tem imaginado, que os crentes primitivos compreendiam a redenção simplesmente como ‘livramento’, pois para transmitir esta última idéia , empregam uma palavra como rhyomai, ‘livrar’. Quando lemos a respeito de ‘redenção pelo seu sangue’ (Ef 1:7), o sangue de Cristo está sendo claramente reputado como preço da redenção. Não é diferente o caso de Rm 3:24 e seg.: “Sendo justificados gratuitamente , por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus; a quem Deus propôs , no seu sangue, como propiciação , mediante a fé”. Cristo comprou homens ao preço de Seu próprio sangue. Em Gl 3:13, o preço da redenção é apresentado como segue: ‘fazendo-se Ele próprio maldição em nosso lugar’.  Cristo redimiu-nos tomando o nosso lugar, levando sobre Si mesmo a maldição que era só nossa.A redenção não somente lança os olhos de volta para o Calvário. Mas também contempla a liberdade na qual encontram os redimidos.
 
       JUSTIFICAÇÃO
 
      A justificação é um ato próprio do juiz. Do ponto de vista do litigante, por conseguinte , ‘ser justificado’ significa ‘obter o veredito’ (Is 43:9,26).
     Nas Escrituras , Deus é ‘o Juiz de toda terra’ (Gn 18:25), e Sua relações com os homens são cosntantemente descritas em termos forenses. A retidão, ou seja, a  conformidade com a Sua lei, é aquilo que Ele requer dos homens, e Deus exibe Sua própria retidão como Juiz ao vingar-se daqueles que ficam aquém da Sua lei (Sl 7:11). Não há esperança para aquele a respeito de quem o veredito de Deus for contrário.
      Visto que Deus é  Rei, o pensamento que O exibe a justificar pode mostrar tanto um aspecto executivo como um aspecto judicial. Tal como o rei-juiz de Israel, Ele não somente passará Seu veredito em favor do acusado, mas também o porá ativamente em vigor, demonstrando-lhe favor e restaurando-o publicamente. A justificação dos pecadores , conforme Paulo a expõe , entretanto , é apenas a declaração de um veredito favorável. Paulo certamente cria que Deus demonstra favor para com aqueles a quem absolve, mas emprega outros termos para descrever isso (adoção).
      Para Paulo , a justificação significa o ato de Deus que redime os pecados de homens culpados e que os reputa retos, gratuitamente , por Sua graça, mediante a fé em Cristo, à base, não de sua próprias obras , mas do representante obediente á lei, que derramou seu sangue a favor dos mesmos, o Senhor Jesus Cristo.
      Para Paulo a justificação é a benção fundamental de Deus , pois assegura o futuro . Por um lado , significa perdão , e o fim das hostilidades entre Deus e nós mesmos (At 13:3). Por outro lado , significa aceitação e direito a todas as bênçãos prometidas aos justos, pensamento esse que Paulo desenvolve ligando a justificação com a adoção e a herança (Gl 4:4).
           A doutrina de Paulo sobre a salvação tem na justificação seu ponto de referência básico. Sua crença a respeito da justificação é a fonte da qual flui sua visão do cristianismo como a religião mundial de graça e fé , onde gentios e judeus aparecem em igual privilégio ( Rm 1:16). Em termos da justificação que Paulo explica a graça de Deus (Rm 3:24), a significância salvadora da obediência e da morte de Cristo , a revelação do amor de Deus sobre a cruz, o significado da redenção e da reconciliação , a relação da aliança , a fé, a união com  Cristo, a adoração e o dom do Espírito Santo, e a segurança cristã. É em termos da justificação que Paulo explica todas as indicações , profecias e isntãncias de salvação no Antigo Testamento. A justificação é a chave da filosofia da história de Paulo. Ele sustenta que o propósito central dominante de Deus , ao ordenar a história do mundo , desde a queda em diante, tem sido levar os pecadores á fé que justifica.
            Deus trata com a humanidade , conforme Paulo nos esclarece, por intermédio de dois homens representativos: ‘O primeiro homem Adão’, “O último homem’, que é Jesus Cristo. O primeiro homem, ao desobedecer , trouxe a condenação e morte sobre a raça inteira; o último homem, por Sua obediência , tornou-se o autor da justificação e da vida para todos os que nEle confiam. (Rm 5:16).

terça-feira, 28 de agosto de 2012

História


As Chaves do brasão pontifício
 

         O uso das chaves pela igreja romana como meio de conceder as indulgências , segundo definição do concílio de Trento, está intimamente ligado ao paganismo, pois a chave era o emblema de duas bem conhecidas da mitologia romana. Jano tinha na mão uma chave , assim como Cibele. São estas as chaves que foram o brasão pontifício da sua autoridade espiritual . Assim como a estátua de Júpiter é agora adorada em Roma com a verdadeira imagem de São Pedro, assim se tem crido que as chaves de Jano e Cibele representam as chaves do mesmo apóstolo.

          Nas antigas doutrinas babilônicas a quaresma está associada à hóstia . Essa doutrina ensinam que Tamuz foi morto por um javali, e por se observavam quarenta dias de jejum e pranto- portanto, a quaresma – até à festa de Istar, que corresponde à páscoa dos judeus e da cristandade. Ao fim da quaresma ocorre a ressurreição de Tamuz. Esta ressurreição era comemorada com frangos, ovos e coelhos . Também homenageava-se a Rainha do céu com bolo que possuía um T , de Tamuz. A Oringe  das hóstias está nesses bolos consagrados a essa divindade  feminina .      

         O politeísmo babilônico, cheio de mistério, inclui muitos deuses além dos que temos mencionado neste trabalho. É claro que a adoração dessas divindades, algumas das quais combinavam a aparência humana com a de alguma animal, era verdadeiro culto aos demônios . Nesses antigos cultos estavam as raízes das principais doutrinas pagãs, do espiritismo e de cultos em geral.

         Conhecido historiador das religiões antigas escreveu que as grandes orações têm sido sempre traço distintivo das grandes religiões , mas na Babilônia e na Assíria a prece, em sua maior parte , mal transpôs o encantamento e a adivinhação. Quando as coisas iam mal, encantamento era utilizado para remendá-las .Se havia temor da aproximação do mal , recorria-se às artes adivinhatórias a fim de afastá-lo. Nenhuma outra religião revelou tão grande desenvolvimento das  artes da adivinhação . Acreditava-se na predição de quase tudo, mediante o exame do volume, da forma das marcas e peculiaridade do fígado de animal sacrificado, pois havia de que nessa víscera se localizavam a inteligência e as emoções ... A astrologia adquiriu tal desenvolvimento que chegou o ponto de criar a idéia popular de que prática contribui para a principal feição da religião...

  

 

domingo, 3 de junho de 2012

A HELENIZAÇÃO

A HELENIZAÇÃO

         Mas para os judeus o helenismo não era uma bênção. Posto que parte da ideologia helenista consistia em equipar e confundir os deuses de diversos povos , os judeus viam no helenismo uma séria ameaça à fé no Deus único de Israel . por isso , a história da Palestina , desde a conquista de Alexandre até a destruição de Jerusalém , no ano de 70 d.C ., pode se ver como um conflito constante entre as pressões do helenismo por uma parte e fidelidade dos judeus a seu Deus e suas tradições.
         O ponto culminante dessa história foi à rebelião dos Macabeus. Primeiro o sacerdote Matatias e depois seus três filhos Jônatan, Judas e Simão, se rebelaram contra o helenismo dos Selêucidas, que pretendiam impor deuses pagãos entre os Judeus . O movimento teve algum êxito . Mas já João Hircano , filho de Simeão Macabeu ,começou a se amoldar aos costumes dos povos circunvizinhos e a favorecer as tendências helenistas .Quando alguns dos judeus mais restritos se opuseram a esta política  , destacou-se a perseguição. Por fim , no ano de 63 a.C o romano Pompeu conquistou o país e depois o último dos Macabeus , Aristóbulo II.
         A  política dos Romanos era ,em geral, tolerante em relação à religião e os costumes dos povos conquistados . Pouco tempo depois de Aristóbulo, os romanos devolveram aos descendentes dos Macabeus certa medida de autoridade , dando-lhes o título de sumo-sacerdote .
         Mas até a própria tolerância dos romanos não podiam compreender a obstinação dos judeus , que insistiam em render culto somente a seu Deus e que se rebelaram ante a menor ameaça contra sua fé . Herodes fez todo possível para introduzir templos em hora a Roma e Augustos em Samaria e Cesaréia . Mas , quando se atreveu colocar uma água de ouro na entrada do Templo , os judeus se sublevaram e Herodes teve de recorrer à violência . Seus sucessores seguiram a mesma política helenizante, fazendo construir novas cidades de estilo helenista e trazendo gentios para viverem nelas.
         Durante os séculos que precederam ao advento de Jesus houve um número cada vez maior de judeus que viviam fora da Palestina . Alguns destes judeus eram descendentes dos que haviam ido ao exílio na Babilônia e portanto nessa cidade , como em todo a região da Mesopotâmia e Pérsia, havia fortes contingentes judeus .
         O Judaísmo da Diáspora é de uma importância para a  história da igreja cristã, pois foi através dele rapidamente se estendeu a nova fé pelo Império Romano. Além disso , esse judaísmo proporcionou à igreja a tradução do Antigo Testamento aos gregos que foi um dos principais veículos de sua propaganda religiosa .
         Essa versão do Antigo Testamento ao grego recebe o nome de Septuaginta, que se abrevia freqüentemente mediante o número romano LXX. Esse nome – e número- provém de antiga lenda segundo a qual o rei do Egito Ptolomeu II Filadelfo, ordenou a setenta e dois anciões hebreus que traduzissem a Bíblia independentemente e todos eles produziram trabalhos idênticos entre si. Ao que parece , o propósito dessa lenda era garantir a autoridade desta versão , que foi de fato , produzida através de vários séculos , por tradutores com distintos critérios , de modo que algumas porções são excessivamente literárias enquanto que outras tomam liberdade indevida com texto .
          Em todo caso , a importância da Septuaginta foi enorme para a igreja cristã primitiva . esta é a Bíblia  que a maioria dos autores do Novo Testamento cita , e exerceu uma influência indubitável sobre a forma do vocabulário cristão dos primeiros séculos .
         A outra marca distinta do judaísmo da dispersão foi o seu inevitável contato com a cultura helenística . Em certos resultados destas situações . Em todo caso , resultado claro que os judeus da Dispersão não podiam subtrair-se ao contato com gentios , como podiam fazer em certa em medida seus correligionários da palestina .

quarta-feira, 18 de abril de 2012

História da Igreja (parte I)

A ATITUDE DA IGREJA PERANTE A BÍBLIA :

DA IGREJA PRIMITIVA A LUTERO



Que a Bíblia é a Palavra de Deus, inerrante e de suprema autoridade divina, sempre foi  a conivicção de todos os cristãos e mestres do cristianismo no decorrer dos primeiros 1700 anos de história da igreja. Com exceção de alguns livres pensadores escolásticos , como Abelardo, jamais nenhum estudioso constestou de fato tal convicção. Os primeiros teólogos acolheram simplesmente a doutrina da autoridade bíblica com base em um entendimento da Escritura de que compartilhavam tanto o judaísmo tanaíta quanto os cristãos primitivos.
A  autoridade divinas com base naquilo dque se presume, e não com base no que ali se articula explicitamente, podemos delinear claramente a doutrina sobre a Escritura postulada pela igreja primitiva e por sua liderança teológica tomando como referência a era pós-apostólica e chegando até a época da Reforma.

DA IGREJA PÓS-APOSTÓLICA ATÉ JERÓNIMO E AGOSTINHO


A igreja e a sinagoga da era pós-apóstolica tinham uma visão basicamente idêntica no que diz respeito à Escritura. O judaísmo tanaíta normativo não professa em seu ensinamento nada além do que era ensinado explícita ou implicitamente nas Escrituras do AT. Embora seus principios hermenêuticoe sua interpretação diferissem daqueles ensinados pelos autores do NT e pelos pais da igreja primitiva , sua compreensão acerca da natureza da autoridade bíblica parece Ter sido a mesma.

Os pais da igreja Primitiva , chamados apostólos, e também os apologetas, sempre aceitaram o AT como divinamente inspirado e revestido de autoridade muito tempo antes da fixação do cânom neotestementário. Tal como os apóstolos no livro de Atos, citavam consistentemente o AT e o tinham como digno de autoridade apra a proclamação do evangelho cirstão.

Antigo Testamento era considerado um livro especificamente cristão, que pertencia muito mais à igreja do que à sinagoga, já que testemunhava de Cristo e de sua glória (1Pe 1.10-12). Os apologetas foram efetivamente levados à fé em Cristo por meio das Escrituras veterostestamentárias , embora possamos afirmar com muita segurança que foram, via de regra, persuadidos pelo testemunho apostólico e pela compreensão que tinham do AT. Em última análise , Cristo, o Senhor ressurreto , era o intérprete final do AT, e sua palavra podia ser encontrada na tradição apostólica e nos escritos do NT.
Só depois da época dos apologetas é que os escritos do NT foram aceitos juntamente com os do AT. Essa mudança foi conseqüência da aceitação gradual do cânon neostestementário. O NT conquistava, portanto, a mais completa autoridade ao lado do AT. Os dois passavam agora a ser vistos como uma unidade.
Enquanto isso, uma outra posição começava a tomar forma e a se articular. Paralelamente a um comprometimento total com as Escrituras como norma para toda doutrina , começava a se desenvolver uma convicção nova e manifesta relativamente à autoridade da tradição oral.  Essa tradição passava de geração em  geração e fque remonta aos apostólos e destes diretamente a Jesus Cristo, não contradiz de forma alguma as Escrituras.  Na verdade , foi de grande ajuda à igreja na interpretação das Escrituras e, de modo especial , na sintetização da fé cristã, protegendo dessa forma os cristãos contra as aberrações dos gnósticos e de outros hereges. Para Tertuliano e Ireneu, responsáveis pelo desenvolvimento dessa linha , tal tradição apostólica , que transmitia fielmente o ensinamento de Cristo , era, a exemplo da Escritura , infalível. É provavelmente verdadeiro o fato de que nem Tertuliano , nem Ireneu timham em mente subordinar a Escritura à tradição não escrita. Somente a Escritura poderia, em última análise, antenticar a tradição. Contudo, ao mesmo tempo, a continuidade da tradição era necessária para fazer frente às distroções e ás interpretações heréticas da Escritura.

A partir do século III até a época da Reforma , tendo sobrevivido depois dessa época na Igreja Católica Romana. Tal posição levou, em última análise, ao ensinamento do Concílio de Trento, segundo o qual a Escritura e a tradição não escrita – que, na verdade, tem sempre como formulação de doutrinas.

Os comentários e tratados de todo tipo buscavam igualmente na Escritura a fonte para sua doutrina. Ireneu , em seu Contra as Heresias , cita a Escritura não menos do que 1200 vezes. Em declarações de princípios, Ireneu afirma: “Devemos acreditar em Deus, que nos concedeu o correto entendimento , uma vez que são perfeitas as Escrituras Sagradas, porque por meio delas nos falam a Palavra de Deus e o seu Espírito”.

Depois de Clemente e Orígenes , a vaga ideía de um cânom de fé foi paulatinamente substituída por credos diversos e pela liturgia como forma de tradição não escrita, os quais , juntamente com a Escritura , serviam como base para doutrina na igreja. É importante acrescentar que a liturgia, sobretudo os credos mais antigos, foram eleaborados e estruturados com base na Escritura.

Os pais cristãos diferiam dos jprimeiros judeus quanto à origem da Torá. Os judeus acreditavam que a torá  havia sido criada por Deus milhares de anos antes da criação do mundo e que, no tempo apropriado, Deus a entregara a Moisés sem a mediação do Espírito. A teologia rabínica diferenciava a Torá do restante das Escrituras do AT, embroa acreditasse que toda ela fosse inspirada.

Se a Escritura é verdadeiramente a Palavra de Deus, não em sentido metafórico ou metonímico, qual seria então a função dos autores humanos da Bíblia de acorodo com os pais da Igreja Primitiva ; ou , em outras palavras, que relação há entre o Espírito Santo e os autores sagrados no momento em que escrevem a Escritura. A Escritura é inspirada , ou seja , é produto do sopro divino quanto aos profetas e apóstolos (“autores da Escrituras eram inspirados”).

            (fenomenoi , ou seja , impelidos pelo Espírito Santo, v. 2pe 1.21). É interessante observar que Jerônimo traduziu tanto o theopneustos de 2Timoteo 3.16 e o theromenoi de 2pedro 1.21 pelo mesmo termo latino ( inspirata, ou inspirati), provocando assim alguma confusão, a menos que distingamos entre inspiração das Escrituras e inspiração (algo totalmente diferente) dos autores sagrados.Normalmente os pais gregos falavam da relação do Espírito com os autores da Escritura quando empregavam o termo inspirado e seus sinônimos.
           
            Na teologia da Igreja primitiva a relação dos autores das Escrituras com o Espírito Santo , os autores humanos eram instrumentos ou órgãos do Espírito Santo. Agostinho usava consistentemente o caso albativo quando se referia à obra do Espírito Santo e a preposição per quando se referia á obra dos autores bíblicos, explicitando assim o papel instrumental desempenhado pelos profetas e apóstolos na obra de redação da Escritura. Deus é o autor primarius (verdadeiro autor) da Escritura , e os autores bíblicos , os órgãos por emio dos quais ele falava.

            Agostinho , por exemplo , em seu De consensu evangelisstarum, deixa isso muito claro e mostra reiteradas vezes as motivações humanas e a seletividade que impeliram os evangelisstas a escrever o que escreveram. Orígenes repudia claramente qualquer comparação entre a inspiração dos autores bíblicos e os oráculos extáticos do paganismo.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

A Existência da Ética

A  existência da Ética

O Que é ética


                        Ética é a ciência que estuda os deveres do homem. A palavra chave de ética é dever- o que devo fazer – o que não devo fazer. O Estudo da ética parte do princípio que o homem é livre e responsável ; ele é livre para escolher o bem e o mal (livre-arbítrio), o certo e o errado. E ele é responsável por sua escolha.

Existem quatro dimensões da ética::

I.              Dimensão Vertical  - Deveres do ser humano para com Deus (Ética Teísta)
II.             Dimensão Horizontal – Deveres do ser humano para com seu próximo (Ética Social)
III.            Dimensão pessoal – Deveres do ser humano para consigo mesmo (Ética individual)
IV.          Dimensão ecológica – Deveres do ser humano para com a natureza (Ética da Natureza).
            A ética é uma ciência social , normativa e nela se relacionam à sociologia , a filosofia e a teologia.


A autoridade para a Ética

           

Duas posições diferentes quanto à fonte de autoridade para a Ética :


  1. uma diz que o ser humano é a fonte de autoridade. Esta posição aceita os seguintes princípios :

a)    aquilo que o homem quer fazer é o certo ou o bem.
b)    O homem tem uma natureza racional, assim tudo aquilo que seu raciocínio decreta é certo ou o bem.
c)    O homem é dotado de uma consciência , assim , é a consciência da pessoa que decreta o que é certo ou o bem .
d)    O homem vive em sociedade – o que a comunidade decreta é o certo ou o bem.

  1. A outra posição diz que a autoridade existe fora do homem , isto é , existe em Deus. É esta a nossa posição : a autoridade para nosso modo de viver e de agir, isto é , a autoridade que determina a Ética Cristã, é à vontade de Deus, relada na Bíblia.

Qual é à  vontade de Deus



                        A Ética Cristã aceita como autoridade maior à vontade de Deus-mas como pode o ser humano saber qual é à vontade de Deus?

                  A resposta é que Deus tem que revelar sua vontade. Podemos ver essa revelação em várias fontes:

1.      a natureza , a lei natural do Universo
2.      a própria consciência do homem que recebeu os princípios básicos da lei moral
3.      a história da humanidade ,em  que Deus revela a sua vontade para aqueles que fazem o que é reto ou o que é mau diante de seus olhos.
4.      mas a revelação mais perfeita de Deus está na Bíblia , a própria Palavra de Deus.

Ética : abordagens e alternativas



                  É correto mentir a fim de salvar uma vida? A pergunta postula um conflito em normas éticas. Contar a verdade é mais importante que salvar vidas? O que você faria?

I. As abordagens básicas : normas éticas ou fins éticos?

                  A distinção entre estas duas abordagens pode ser expressa pelas palavras teleológica e deontológica. A primeira destas ressalta os fins ou resultados éticos de ações; a outra enfatiza normas éticas ou princípios para a ação ética.

a)     Regras Versus Resultados

A diferença básica a ética teleológica e a deontológica pode ser explicada pelo significado das raízes das palavras. A teleologia vem da palavra grega telos, que significa “fim” ou “propósito”.

A deontologia vem da palavra grega deon, que significa aquilo que é devido. Na aplicação à ética, portanto, uma abordagem teleológica é aquela que ressalta o fim ou o resultado de ação, e uma abordagem deontológica depende de regras básicas mediante as quais se pode determinar o que é devido em qualquer caso específico, independentemente dos resultados. Ou seja, a primeira e uma pragmática ou utilitária,que se ocupa com se uma ação funcionará, afinal, para o bem da maioria dos homens. A segunda é uma ética de princípios, que se ocupa com o dever da pessoa de fazer aquilo que é inerentemente correto à parte das conseqüências que se possa prever. A primeira ocupa-se com o dever por amor aos bons resultados; a última, com o dever por amor ao dever

O senso e  a consciência



O senso moral e a consciência referem-se a valores como:

Ø  justiça, honradez, espírito de sacrifício, integridade, generosidade.

     Sentimentos provocados por esses valores:

Ø  admiração, vergonha, culpa, remorso, contentamento, cólera, amor, dúvida, medo.

Embora os conteúdos dos valores variem, podemos notar que estão referidos a um valor mais profundo, mesmo que apenas subentendido: o bom ou o bem. Os sentimos de ações, nascidos de uma opção entre o bom e o mau ou entre o bem e o mal, também estão referidos a algo mais profundo e subentendido: nosso desejo de afastar a dor e o sofrimento e de alcançar a felicidade, seja por ficarmos contentes conosco mesmos, seja recebermos a aprovação dos outros.


Juízo de fato e valor



            Juízo de fato são aqueles que dizem o que as coisas são, como são e por que são.Em nossa vida cotidiana,mas também na metafísica e nas ciências, os juízos de fato de valor, avaliações sobre coisas, pessoas, ações, situações e acontecimentos são proferidos na moral, nas artes , na política , na religião.


Ética e violência



            Quando acompanhamos a história das idéias éticas. Desde a Antigüidade clássica (grego-romana) até nossos dias,podemos perceber que, em seu centro, encontra-se o problema da violência e dos meios para evitá-la,diminuí-la, controlá-la. Diferentes formações sociais e culturais instituíram conjuntos de valores éticos como padrões de conduta, de relações intersubjetivas e interpessoais, de comportamentos sociais que pudessem garantir a integridade física e psíquica de seus membros e a conservação do grupo social.