domingo, 3 de junho de 2012

A HELENIZAÇÃO

A HELENIZAÇÃO

         Mas para os judeus o helenismo não era uma bênção. Posto que parte da ideologia helenista consistia em equipar e confundir os deuses de diversos povos , os judeus viam no helenismo uma séria ameaça à fé no Deus único de Israel . por isso , a história da Palestina , desde a conquista de Alexandre até a destruição de Jerusalém , no ano de 70 d.C ., pode se ver como um conflito constante entre as pressões do helenismo por uma parte e fidelidade dos judeus a seu Deus e suas tradições.
         O ponto culminante dessa história foi à rebelião dos Macabeus. Primeiro o sacerdote Matatias e depois seus três filhos Jônatan, Judas e Simão, se rebelaram contra o helenismo dos Selêucidas, que pretendiam impor deuses pagãos entre os Judeus . O movimento teve algum êxito . Mas já João Hircano , filho de Simeão Macabeu ,começou a se amoldar aos costumes dos povos circunvizinhos e a favorecer as tendências helenistas .Quando alguns dos judeus mais restritos se opuseram a esta política  , destacou-se a perseguição. Por fim , no ano de 63 a.C o romano Pompeu conquistou o país e depois o último dos Macabeus , Aristóbulo II.
         A  política dos Romanos era ,em geral, tolerante em relação à religião e os costumes dos povos conquistados . Pouco tempo depois de Aristóbulo, os romanos devolveram aos descendentes dos Macabeus certa medida de autoridade , dando-lhes o título de sumo-sacerdote .
         Mas até a própria tolerância dos romanos não podiam compreender a obstinação dos judeus , que insistiam em render culto somente a seu Deus e que se rebelaram ante a menor ameaça contra sua fé . Herodes fez todo possível para introduzir templos em hora a Roma e Augustos em Samaria e Cesaréia . Mas , quando se atreveu colocar uma água de ouro na entrada do Templo , os judeus se sublevaram e Herodes teve de recorrer à violência . Seus sucessores seguiram a mesma política helenizante, fazendo construir novas cidades de estilo helenista e trazendo gentios para viverem nelas.
         Durante os séculos que precederam ao advento de Jesus houve um número cada vez maior de judeus que viviam fora da Palestina . Alguns destes judeus eram descendentes dos que haviam ido ao exílio na Babilônia e portanto nessa cidade , como em todo a região da Mesopotâmia e Pérsia, havia fortes contingentes judeus .
         O Judaísmo da Diáspora é de uma importância para a  história da igreja cristã, pois foi através dele rapidamente se estendeu a nova fé pelo Império Romano. Além disso , esse judaísmo proporcionou à igreja a tradução do Antigo Testamento aos gregos que foi um dos principais veículos de sua propaganda religiosa .
         Essa versão do Antigo Testamento ao grego recebe o nome de Septuaginta, que se abrevia freqüentemente mediante o número romano LXX. Esse nome – e número- provém de antiga lenda segundo a qual o rei do Egito Ptolomeu II Filadelfo, ordenou a setenta e dois anciões hebreus que traduzissem a Bíblia independentemente e todos eles produziram trabalhos idênticos entre si. Ao que parece , o propósito dessa lenda era garantir a autoridade desta versão , que foi de fato , produzida através de vários séculos , por tradutores com distintos critérios , de modo que algumas porções são excessivamente literárias enquanto que outras tomam liberdade indevida com texto .
          Em todo caso , a importância da Septuaginta foi enorme para a igreja cristã primitiva . esta é a Bíblia  que a maioria dos autores do Novo Testamento cita , e exerceu uma influência indubitável sobre a forma do vocabulário cristão dos primeiros séculos .
         A outra marca distinta do judaísmo da dispersão foi o seu inevitável contato com a cultura helenística . Em certos resultados destas situações . Em todo caso , resultado claro que os judeus da Dispersão não podiam subtrair-se ao contato com gentios , como podiam fazer em certa em medida seus correligionários da palestina .