A HELENIZAÇÃO
Mas
para os judeus o helenismo não era uma bênção. Posto que parte da ideologia
helenista consistia em equipar e confundir os deuses de diversos povos , os
judeus viam no helenismo uma séria ameaça à fé no Deus único de Israel . por
isso , a história da Palestina , desde a conquista de Alexandre até a destruição
de Jerusalém , no ano de 70 d.C ., pode se ver como um conflito constante entre
as pressões do helenismo por uma parte e fidelidade dos judeus a seu Deus e
suas tradições.
O
ponto culminante dessa história foi à rebelião dos Macabeus. Primeiro o sacerdote
Matatias e depois seus três filhos Jônatan, Judas e Simão, se rebelaram contra
o helenismo dos Selêucidas, que pretendiam impor deuses pagãos entre os Judeus
. O movimento teve algum êxito . Mas já João Hircano , filho de Simeão Macabeu
,começou a se amoldar aos costumes dos povos circunvizinhos e a favorecer as
tendências helenistas .Quando alguns dos judeus mais restritos se opuseram a
esta política , destacou-se a
perseguição. Por fim , no ano de 63 a.C o romano Pompeu conquistou o país e
depois o último dos Macabeus , Aristóbulo II.
A política dos Romanos era ,em geral, tolerante
em relação à religião e os costumes dos povos conquistados . Pouco tempo depois
de Aristóbulo, os romanos devolveram aos descendentes dos Macabeus certa medida
de autoridade , dando-lhes o título de sumo-sacerdote .
Mas
até a própria tolerância dos romanos não podiam compreender a obstinação dos
judeus , que insistiam em render culto somente a seu Deus e que se rebelaram
ante a menor ameaça contra sua fé . Herodes fez todo possível para introduzir
templos em hora a Roma e Augustos em Samaria e Cesaréia . Mas , quando se
atreveu colocar uma água de ouro na entrada do Templo , os judeus se sublevaram
e Herodes teve de recorrer à violência . Seus sucessores seguiram a mesma
política helenizante, fazendo construir novas cidades de estilo helenista e
trazendo gentios para viverem nelas.
Durante
os séculos que precederam ao advento de Jesus houve um número cada vez maior de
judeus que viviam fora da Palestina . Alguns destes judeus eram descendentes
dos que haviam ido ao exílio na Babilônia e portanto nessa cidade , como em
todo a região da Mesopotâmia e Pérsia, havia fortes contingentes judeus .
O
Judaísmo da Diáspora é de uma importância para a história da igreja cristã, pois foi através
dele rapidamente se estendeu a nova fé pelo Império Romano. Além disso , esse
judaísmo proporcionou à igreja a tradução do Antigo Testamento aos gregos que
foi um dos principais veículos de sua propaganda religiosa .
Essa
versão do Antigo Testamento ao grego recebe o nome de Septuaginta, que se
abrevia freqüentemente mediante o número romano LXX. Esse nome – e número-
provém de antiga lenda segundo a qual o rei do Egito Ptolomeu II Filadelfo,
ordenou a setenta e dois anciões hebreus que traduzissem a Bíblia
independentemente e todos eles produziram trabalhos idênticos entre si. Ao que
parece , o propósito dessa lenda era garantir a autoridade desta versão , que
foi de fato , produzida através de vários séculos , por tradutores com distintos
critérios , de modo que algumas porções são excessivamente literárias enquanto
que outras tomam liberdade indevida com texto .
A
outra marca distinta do judaísmo da dispersão foi o seu inevitável contato com
a cultura helenística . Em certos resultados destas situações . Em todo caso ,
resultado claro que os judeus da Dispersão não podiam subtrair-se ao contato
com gentios , como podiam fazer em certa em medida seus correligionários da
palestina .